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Mostrando postagens de outubro, 2015
o amor hoje é o jeito que eu acordei com o estômago remoendo as borboletas sem conseguir digerir as asas  e elas ficam assim meio voando pra lá e pra ca  fazendo cócegas na minha barriga ou o jeito que eu acordei naquele no meio do nada e o banho de cachoeira depois do sol invadindo meus cantinhos todos a água é tão gelada quanto o frio que da na espinha da nunca aos pés quando os dedos dela te tocam dos dedos entrelaçados e  em cada espaço entre um corpo e outro há de se ver sem falhas um universo e mais outro e mais mil pois cada um tem o seu e cultiva ali, naquele espaço entre um corpo e outro uma fusão de cada um o amor, hoje...  é o jeito que os olhos marcam cada detalhe como fossem câmera fotográfica pra mais tarde deitar a cabeça no travesseiro e ver tudinho refletir num sonho bom.
eu fugi eu virei mil esquinas rodei o quarteirão da minha casa pra ver se o amor cansa entrei numa rua escura pra ver se a minha pele se fundia com a noite mas ele tava lá de novo eu maldisse o salafrário mais 15 vezes escrevi um poema sangrando e entrando num quarto de espumas maluca correndo do amor mas ele estava lá ele está aqui agora e não me larga é pior que encardido em roupa branca pior que mancha de coca cola na mesa da cozinha nessa época eu sempre corria pra não apanhar e conseguia me esconder mas esse tal de amor ele me rastreia sente meu cheiro e chega no mesmo compasso que bate o coração tão sorrateiro... eu pisquei os olhos e não dava mais não adianta fugir eu me rendo 
o amor é esse sol escaldante do rio de janeiro  e a sensação dele na pele chega a 50° celsius ou mais o amor é o meu pesadelo de madrugada e o acordar depois disso e deparar com um escuro imenso o amor é a minha insônia ou a só a falta de vontade de pregar os olhos e logo vir a imagem dos fracassos do dia é aquele antidepressivo que não faz efeito e ainda é difícil de engolir a crise de ansiedade que dá de repente e te da a sensação de que  a qualquer momento a morte vai chegar pra acabar com a festa da falta de ar o amor me liga todo dia de noite e nem sabe que me traz paz e  por não saber transforma minhas manhãs em guerra o amor esmurra a minha porta todos os dias alegando que esqueceu a chave mas é tudo manha pra não me deixar esquecer que ele ta aqui e que não vai embora até eu parar com essa mania de me sabotar mas ele arde o amor quando entra depois de quase tombar minha casa, parece aquele merthiolate que a minha mãe, na infância, colocava até em corte pequeno
Você está sempre um passo a frente do meu amor E eu sinto que estou sempre demorando Demoro a dizer Demoro a demonstrar E você sai de novo desembestado  A frente do meu amor Que corre contra o teu tempo e desafia A minha falta de coragem  Meu amor...  Se teus olhos pudessem ver os meus agora Escutariam dele um tanto de coisas passadas Que eu deixei pra lá  Porque minhas pernas, menores que as tuas  Não conseguem acompanhar o compasso desse teu carinho E não conseguem tocar tuas mãos sem deixar que elas escapem Por descuido, medo ou até mesmo por gostar.
eu tenho medo de você as tuas ruas são tortas e se ligam a cada esquina tem uma encruzilhada a cada quarteirão das tuas células  e eu quase cai na tentação de vender minha alma em uma delas mas eu tenho medo de você e desse continente inteiro que tu é, da cabeça aos pés dos teus terremotos e vulcões em brasa, prestes a explodir até das tuas praias tranqüilas eu morro de medo que da uma agonia na minha nuca  pensar em explorar tuas ilhas, teus becos sem saída cada país do teu corpo e depois me perder sem saber como voltar pra mim.