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diante destes fatos assumo completa responsabilidade pela forma como recebo a sutileza dos teus dedos perfurando o coração metros a fundo percebo a tua história sensível à minha e tento contornar meus devaneios afim de amansar no meu mais profundo a tensão presente na espera pois é fogo que emana dessa estrutura que te contempla eu senti.
como pode? só por esses olhos gigantes me engoliu as nostalgias as coincidências que até me esqueci de questionar se acredita em destino como pode? por esse sorriso largo me apresentar o futuro e acreditar tanto nas minhas palavras que afeta-me o íntimo com o interesse como pode? que o teu tom e a sensibilidade das tuas pontuações acolhem meus ideais com tanto calor nos traços que agita o peito de um jeito... como pode?
olhai ao outro como a ti mesmo e foge do pecado da individualidade amplia as vistas por estas frestas arrebentadas que o caminho que percorres apresenta se lança o amor se faz do que se vê por entre os detalhes
toma e amassa o peito toda vez que aponta na esquina calibra este sangue ao mesmo compasso dos espaços aflitos que o teu coração bombeia de uma batida para outra pega e acoita o sono ou a brisa ou qualquer rumo que a lembrança queira tomar pois na ponta de cada dedo calejado meio morto nasce vida ao toque entrega que os olhos revoltam-se com a falta do sombreado da figura do outro e a saudade é o ponto de partida da vontade
rasga aqui na minha frente o teu peito aberto e me mostra a ferida que se abriu, se isso é verdade. mas não fica se isso te dói. transfigura o parto dessa conexão ociosa que se estabeleceu no silêncio entre as nossas confidenciais e fala na minha cara que a saudade não corrói. não te assusta? dormir me olhando e acordar de madrugada porque eu pedi o teu abraço, calada, e me envolver sabendo que o caminho que o teu corpo faz até o meu nessa hora faz com que teu estômago se retraia e se ele tivesse boca, gritaria doendo: NÃO! eu percebi. fomos fracos. somos fracos. até parece que nunca falamos sobre amor antes. isso aqui tá longe de ter amor, você sabe. é repulsa. e eu percebi. tudo bem partir. mas não fica se isso te dói.
desmancha a tua cor e mistura ao tom da minha pele arma tua cura e senta aqui depois do cansaço me olha de canto que eu finjo que não tô vendo e danço um pouquinho assim porque eu sei que você gosta constrói teus desejos nas minhas costas e me deixa erguer prédios pros versos escritos com o jeito que você anda caminha comigo depois das oito da noite quando o sol abaixar e só restar espaço pra dois no meio da rua
acordo quando o dia se deita exploro os cantos escondidos do tempo vago sorrateira sob as costas da noite enquanto as horas tratam de se ajeitar chega o momento em que acorda a tia dos fundos pra requentar o café os cães da casa da frente ladram como quem pede ajuda parece que vai acordar a vizinhança inteira mas não acorda e continuo eu só esperando um cafuné do sol que me toca tão quente o cabelo quanto rápido fecho os olhos procurando por dentro das palpebras algum sinônimo de paz no vermelho alaranjado que a luz traz