acordo quando o dia se deita
exploro os cantos
escondidos do tempo
vago sorrateira sob as costas
da noite enquanto as horas
tratam de se ajeitar
chega o momento
em que acorda a tia dos fundos
pra requentar o café
os cães da casa da frente
ladram como quem pede ajuda
parece que vai acordar
a vizinhança inteira
mas não acorda
e continuo eu só
esperando um cafuné do sol
que me toca tão quente o cabelo
quanto rápido fecho os olhos
procurando por dentro das palpebras
algum sinônimo de paz
no vermelho alaranjado que a luz traz
como pode? só por esses olhos gigantes me engoliu as nostalgias as coincidências que até me esqueci de questionar se acredita em destino como pode? por esse sorriso largo me apresentar o futuro e acreditar tanto nas minhas palavras que afeta-me o íntimo com o interesse como pode? que o teu tom e a sensibilidade das tuas pontuações acolhem meus ideais com tanto calor nos traços que agita o peito de um jeito... como pode?
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