como pode?
só por esses olhos gigantes
me engoliu as nostalgias
as coincidências
que até me esqueci de questionar
se acredita em destino
como pode?
por esse sorriso largo
me apresentar o futuro
e acreditar tanto nas minhas palavras
que afeta-me o íntimo com o interesse
como pode?
que o teu tom
e a sensibilidade das tuas pontuações
acolhem meus ideais
com tanto calor nos traços
que agita o peito de um jeito...
como pode?
18/01/17
tá sufocado na garganta esse grito acumuludado formado pelos suspiros que ela me provoca no meio da madrugada. não fosse eu tão estragada do âmago ao coração, não seria também inábil com o amor, que me veste dá cabeça aos pés - e sobra um pouco nas pontas de cada braço - mas o pensamento me leva a crer que o peito não o comporta. e que não alcança minhas possibilidades recebe-lo sem que seja difícil, raso ou pela metade. não fosse eu a confusão de ser amor e ainda auto-negligência, seria minha vida apenas florescer e respirar sem medo de desatar tal nó atravessado na garganta, preso no escuro da traquéia onde se aloja a insegurança. acontece que o passado é esse cheiro artificial enlatado e aerosol que se vai, mas antes trata de lhe fechar todas as vias. é impossível esquecer. eu não esqueci. a primeira vez da incerteza. do amor. me jurou amar. deit...
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