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Mostrando postagens de maio, 2015
quando é que cê vem?  eu me esgotei de expressões propositalmente constituídas de boniteza me esgotei de tentar fazer da saudade um poema do allan jonnes, e das belezas que eu vejo no mundo inteiro quando a flor da minha pele se arrupia toda assistindo o voo de um beija-flor que é cansativo demais esperar e a cada segundo que eu espero esse beija-flor já bateu mil vezes a asa e voou quando é que cê arromba minha porta de novo? eu que me aperreio com invasões adoraria viver uma cena de filme de ação, swat, missão impossível tão impossível quanto conseguir mandar esse zero absoluto da sua presença pro espaço ou sumir numa nuvem de fumaça que seja quando é que cê para? qual é a hora do dia do tempo que cê me olha? que eu já me perdi demais nas curvas dessas hastes meio tortas que seus óculos tem e se cê num para eu fico tonta meio sem métrica que nem esse poema quando é que é?
não adianta não tem beleza nesse mundo que eu vá conseguir comparar a tua e  eu morreria dizendo o quão mais  bonita do que qualquer coisa que ja tenha queimado minhas retinas você é aliás, nem a quentura do amor de dois pinguins queima a minha retina como a íris dos teus olhos nem o vermelho mais vermelho que já conseguiram chegar no mundo das cores derrete o meu cérebro quanto a tua chegada meio em câmera lenta numa versão novelesca da musa dos meus olhos, que ja não é mais menina e mais esguia que a modelo mais bonita da passarela você desfila por cima da vida como quem flutua e nem sente o chão pisa e dos teus pés saem tantas flores que nem todos os pássaros da minha cabeça e nem todas borboletas do meu estomago conseguiriam fecundar de flor em flor esses polens que cê deixa cair despretensiosa por todo meu corpo e voltando às retinas, o teu corpo é definitivamente a coisa mais bonita que ja andei na vida
e se o amor quiser ir?  deixa ir, manda ir que o amor quando  enferruja fere e inflama e amor inflamado machuca e dói mais que a dor de mil pregos embaixo dos pés.
quanto de silêncio cabe em uma solidão? qual o volume do grito mudo que sai da tua garganta quando você não consegue abrir os ouvidos do vento e enfiar-lhe tímpano abaixo o embolo na garganta que queima as cordas vocais na indecisão de voltar ao estômago ou sair pelos olhos? qual a frequência dos teus batimentos quando teus pensamentos flutuam por todo teu corpo sem virgula provocando calafrios na nunca e seus porquês retóricos passam a querer respostas? qual teoria te contempla quando dois corpos não ocupam o mesmo espaço mas adorariam contrariar a física? o que você faz quando não tem mais nada a fazer? o que você diz quando não tem mais nada a dizer?  [silêncio]
é como uma faca rasgando o céu deixando cair do divino um amontoado dessas coisas que nenhum homem conseguiria explicar sem parecer louco. como uma dança onde os corpos não  se tocam, mas as mentes se entrelaçam e compartilham da mesma freqüência. como um prolixo contando a mais curta das histórias e adendo todos os detalhes dos traços, curvas e girassóis. detalhes estes que se omitem aos olhos dos deuses, mas se revelam a mim toda vez que você chega, agita as borboletas do meu peito e causa taquicardia no meu estomago.
é engraçada a espera a gente espera mesmo sabendo que não vem a mente cria mantras sobre nomes alimentando preces sobre aquela chegada e até quem é ateu reza pela hora em que vai ver aquelas pernas passando pela porta a voz no telefone... a mensagem que não chega e vira de novo essa estranha agonia de esperar e vigiar os centésimos dos milésimos dos segundos dos minutos do tempo que nunca passa e aquelas pernas não passam pela porta o telefone não toca a mensagem não chega, e... você não vem.

Ato.

tudo acontece todo dia no mundo cena I e enquanto maria levanta com o sol e abre a janela pra aproveitar a luz sobe seus olhos meio verde meio azuis otávio caminha descalço sob cacos resquícios do que foi a noite passada teresa arrasta o ouvido nas paredes esperando por sussurros que outrora ecoaram em sua cabeça, mas já não dizem mais nada... silêncio. cena II joão segue os dias, amargurado lembrando um perfume adocicado que rolou na tua cama e foi embora sem deixar recado e luiza saboreia um café de ontem mas não faz cara feia ela sabe o gosto que tem a vida pra quem não tem nada nem uma rima.

Sobre os teus olhos

nunca olhei teus olhos mas fechando os meus,  eu vejo nitidamente a boca dos teus que me mastigam o corpo inteiro quando ainda nem chegou perto mas me acanha por completo sempre que adentra os meus... olhos estes que procuram incessantes por respostas que só os teus podem trazer e eu juro juro! que os teus olhos desvendam todos os segredos de meu universo rasgando-os de forma descomunal tão cheios de vida são os teus... olhos.