toma e
amassa o peito
toda vez que aponta
na esquina
calibra este sangue
ao mesmo compasso
dos espaços aflitos
que o teu coração bombeia
de uma batida para outra
pega e
acoita o sono
ou a brisa
ou qualquer rumo que
a lembrança queira tomar
pois na ponta de cada
dedo calejado
meio morto
nasce vida ao toque
entrega
que os olhos revoltam-se
com a falta do sombreado
da figura do outro
e a saudade é
o ponto de partida
da vontade
é engraçada a espera a gente espera mesmo sabendo que não vem a mente cria mantras sobre nomes alimentando preces sobre aquela chegada e até quem é ateu reza pela hora em que vai ver aquelas pernas passando pela porta a voz no telefone... a mensagem que não chega e vira de novo essa estranha agonia de esperar e vigiar os centésimos dos milésimos dos segundos dos minutos do tempo que nunca passa e aquelas pernas não passam pela porta o telefone não toca a mensagem não chega, e... você não vem.
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