toma e
amassa o peito
toda vez que aponta
na esquina
calibra este sangue
ao mesmo compasso
dos espaços aflitos
que o teu coração bombeia
de uma batida para outra
pega e
acoita o sono
ou a brisa
ou qualquer rumo que
a lembrança queira tomar
pois na ponta de cada
dedo calejado
meio morto
nasce vida ao toque
entrega
que os olhos revoltam-se
com a falta do sombreado
da figura do outro
e a saudade é
o ponto de partida
da vontade
o amor hoje é o jeito que eu acordei com o estômago remoendo as borboletas sem conseguir digerir as asas e elas ficam assim meio voando pra lá e pra ca fazendo cócegas na minha barriga ou o jeito que eu acordei naquele no meio do nada e o banho de cachoeira depois do sol invadindo meus cantinhos todos a água é tão gelada quanto o frio que da na espinha da nunca aos pés quando os dedos dela te tocam dos dedos entrelaçados e em cada espaço entre um corpo e outro há de se ver sem falhas um universo e mais outro e mais mil pois cada um tem o seu e cultiva ali, naquele espaço entre um corpo e outro uma fusão de cada um o amor, hoje... é o jeito que os olhos marcam cada detalhe como fossem câmera fotográfica pra mais tarde deitar a cabeça no travesseiro e ver tudinho refletir num sonho bom.
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