eu perdi meu endereço.
deus sabe o quanto peregrinei nestes solos febris do meu próprio espírito. minhas entranhas conhecem de cor e salteado as marcas ganhas por andar exposta por este mesmo solo. e a dor trombrou comigo em todas as esquinas afim de me fazer lembrar que não há atalho nesse universo que ela não possa pegar e chegar primeiro até mim. primeiro que a coragem e a que a esperança -que além de ser a ultima que morre é também a ultima que chega.

e sem endereço, se eu fui tão longe e não encontrei morada, como eu poderia voltar?
no regresso as ruas são ainda mais tortas do que a minha mente poderia se lembrar e como num jogo desmontável de autorama onde eu sou peça e jogadora, o caminho mudou de lugar. atropelei todas as quinas.
mas deus, ele viu meus joelhos dobrados no chão. surrados, machucados, acompanhados pela dor que não me larga e sem um pingo de esperança na cara, marcada apenas pelas queimaduras do calor escaldante, sufocante, no meu deserto interno. sem miragem. sem oasis. sem ao menos uma projeção astral, espiritual, divina ou demoníaca de um mapa pra voltar la no início.
toda tortura de uma alma, pela busca incessante do nada e o encontro com tudo que dói só por querer aprender a ser amor.

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