Zero.
Zero negativo se for possível.
É como estar cheia de ar e não poder, não ter, onde solta-lo.
No papel? Eu vejo as linhas, elas me veem. Suplicam! "Nos preencha, nos tire desse branco total, nos use, nos rasgue, joga tua raiva, teus amores, teus temores. Mas não nos deixe vazias assim!". Eu as ouço e sussurro, grito por dentro, clamo com os olhos: "Me ajudem, arranca daqui de dentro o que não quer sair livremente! TA PESANDO! SANGRANDO, ESTANCANDO, FERINDO OUTRA VEZ... me ajudem! [sussurros]". Elas não entendem minhas súplicas, de modo que eu as escuto o tempo todo. É desesperador.
Cheguei ao vácuo, me joguei e não consegui mais sair. Zero absoluto. Escrever sobre não saber escrever, mesmo tendo tantas coisas para colocar no papel. Mesmo tendo muitos medos -inconfessos-, amores -mortos e vivos-, "sentires" e quereres para trocar com as linhas, preenche-las. Satisfazê-las.
Me esqueci onde fica o inicio. Começo pelo meio, retornando ao final e prevendo um começo.
"A desordem é tenaz". Ouvi esta frase em algum lugar e nunca pensei em usá-la. Cá estou eu. É desordem. Bagunça que não cabe em uma só eu e dói o que eu tenho pra dividir. Porque eu não tenho nada. Eu não tenho a mim pra doar metade. Ou melhor, eu tenho. Tenho mais de uma metade e seria necessário doar-me inteira.
Zero negativo se for possível.
É como estar cheia de ar e não poder, não ter, onde solta-lo.
No papel? Eu vejo as linhas, elas me veem. Suplicam! "Nos preencha, nos tire desse branco total, nos use, nos rasgue, joga tua raiva, teus amores, teus temores. Mas não nos deixe vazias assim!". Eu as ouço e sussurro, grito por dentro, clamo com os olhos: "Me ajudem, arranca daqui de dentro o que não quer sair livremente! TA PESANDO! SANGRANDO, ESTANCANDO, FERINDO OUTRA VEZ... me ajudem! [sussurros]". Elas não entendem minhas súplicas, de modo que eu as escuto o tempo todo. É desesperador.
Cheguei ao vácuo, me joguei e não consegui mais sair. Zero absoluto. Escrever sobre não saber escrever, mesmo tendo tantas coisas para colocar no papel. Mesmo tendo muitos medos -inconfessos-, amores -mortos e vivos-, "sentires" e quereres para trocar com as linhas, preenche-las. Satisfazê-las.
Me esqueci onde fica o inicio. Começo pelo meio, retornando ao final e prevendo um começo.
"A desordem é tenaz". Ouvi esta frase em algum lugar e nunca pensei em usá-la. Cá estou eu. É desordem. Bagunça que não cabe em uma só eu e dói o que eu tenho pra dividir. Porque eu não tenho nada. Eu não tenho a mim pra doar metade. Ou melhor, eu tenho. Tenho mais de uma metade e seria necessário doar-me inteira.
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