18/01/17

tá sufocado na garganta esse grito acumuludado formado pelos suspiros que ela me provoca no meio da madrugada.

não fosse eu tão estragada do âmago ao coração, não seria também inábil com o amor, que me veste dá cabeça aos pés - e sobra um pouco nas pontas de cada braço - mas o pensamento me leva a crer que o peito não o comporta. e que não alcança minhas possibilidades recebe-lo sem que seja difícil, raso ou pela metade.

não fosse eu a confusão de ser amor e ainda auto-negligência, seria minha vida apenas florescer e respirar sem medo de desatar tal nó atravessado na garganta, preso no escuro da traquéia onde se aloja a insegurança.

acontece que o passado é esse cheiro artificial enlatado e aerosol que se vai, mas antes trata de lhe fechar todas as vias. é impossível esquecer.

eu não esqueci.

a primeira vez da incerteza. do amor. me jurou amar. deitou nos braços de outro par. fingiu que pra mim iria voltar.  e partiu.

eu esperei. e de novo.

me escondeu. transou. dissimulado. me jurou amar. acompanhar. traiu. e partiu.

e de novo
e partiu
e sorriu como quem me esperava
me partiu

mas, não fosse eu a insistência, seria desistência. teria eu jurado nunca. e entocado o presente sem ao menos vive-lo.

teria.
estou quebrada, meu amor.
mas eu sou persistência.

ainda que também seja eu o medo que de novo, o amor venha me jurar amar.

e partir.

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