agora todo dia depois da meia noite é isso 
você atravessa minha garganta 
fica la entalado, me olhando por dentro 
e se recusa a descer 
agora, todo dia depois da meia noite é um martírio 
quando a minha vista embaça cheia de água 
você nada nas minhas palpebras 
lentamente 
como quem aproveita um fim de semana na praia 
mas são só os meus olhos 
são só minhas mãos tremendo 
até o corpo inteiro 
sou só eu. 
só.

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