[introdução a uma história de desamor]

Eu já vi essa cena antes.
A gente vai ficando porque o medo da solidão quando se instaura, é mais gelado que o Rio Grande do Sul nos teus graus negativos. Da medo, sabe? Congelar por dentro me parece muito mais doloroso e talvez por isso virar a esquina também me pareça tão trágico quanto um filme de drama onde enquanto um continua parado em frente a própria casa sentindo o frio se abater o outro pega a próxima rua à esquerda e continua andando sem olhar pra trás até sumir de vista. -eu, geralmente, sou a pessoa que toma o rumo sem olhar pra trás.
Poucas foram as vezes em que eu fiquei pra contar passos na direção contrária e sinceramente, não me orgulho disso. Virar a esquina sozinho não é nenhum ato de amor próprio, muito menos egoísta. É solitário e quando finalmente se olha pra trás, as ruas já mudaram de lugar e é difícil voltar.
Mas, mais uma vez, eu já vi essa história antes.
A gente parte porque é insuportável pensar em ficar e se perder da porta de entrada. Isso não é como um vídeo game, onde eu dou reset e começa tudo de novo. Não adianta reler as primeiras mensagens, não faz efeito resgatar o primeiro olhar, porque a gente muda e quando "eu te amo, mas não gosto mais de você" começa a fazer sentido, dificilmente será possível continuar.
É como aquela cena do Forest Gump no campo de batalha. A gente volta ao local de combate pra apanhar as feridas e depois corre o mais rápido possível pra achar a cura, mas uma parte quer ficar lá até morrer e a outra outra parte já não tem salvação. E o que sobra?
Run, Forest, run!

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