eu odeio as quatro da manhã
porque ela tem o poder de
me fazer relembrar
e eu não consigo afastar da vista
a nossas cenas
sempre as quatro horas da manhã
querendo ir dormir
mas imersos de mais
nos dedos um do outro
pra deixar que qualquer obrigação
os descruzasse a não ser que fosse
pra tu ir naquela boteco que nunca fechava
só pra comprar um maço de cigarro
enquanto eu preparava um café e esperava que
às quatro e trinta, ao invés de chegar lá
você chegasse aqui
e pudéssemos por em prática
todos desejos que as quatro da manhã
por entorpecencia ou vontade
nossas bocas se encarregavam de cuspir
como quando um fumante se enche de saliva
depois de tragar
e a fumaça era o branco que dava
quando num interminável amontoado de
promessas
a gente esquecia que já eram
quatro horas da manhã.

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