calo vazios
calo a inconstância
que se aloca
em alguma parte
perdida dentro da minha cabeça
calo verdades que
não quero escutar de mim
portanto o papel não
as vê também
calo a letra que inicia
esse poema
e guardo em mim
até que não haja jeito
de prender
meu peito é a própria
faixa de Gaza
e tudo que se cala
explode
por todos os cantos
em conflito
na minha pele
não é que eu esteja sempre fugindo não é porque eu adio uma resposta adianto o relógio e os passos não é pela assimetria do espaço que não contribui pra que eu esteja perto é pela calmaria que não me abriga não me suporta então eu escorrego entre as pessoas como água corrente entre os dedos mas sempre correndo pra lugar nenhum.
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