calo vazios
calo a inconstância
que se aloca
em alguma parte
perdida dentro da minha cabeça
calo verdades que
não quero escutar de mim
portanto o papel não
as vê também
calo a letra que inicia
esse poema
e guardo em mim
até que não haja jeito
de prender
meu peito é a própria
faixa de Gaza
e tudo que se cala
explode
por todos os cantos
em conflito
na minha pele
é engraçada a espera a gente espera mesmo sabendo que não vem a mente cria mantras sobre nomes alimentando preces sobre aquela chegada e até quem é ateu reza pela hora em que vai ver aquelas pernas passando pela porta a voz no telefone... a mensagem que não chega e vira de novo essa estranha agonia de esperar e vigiar os centésimos dos milésimos dos segundos dos minutos do tempo que nunca passa e aquelas pernas não passam pela porta o telefone não toca a mensagem não chega, e... você não vem.
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