na noite passada, num bar amassado no meio da rua eu esbarrei nos meus olhos a cerveja quente no copo borbulhava o esforço homérico em por os pés na rua sem quebrar as pernas numa tentativa frustrada de não pertencer a essa peça mal dirigida que me leva a atuar como um moribundo mendigando um pouco disto e daquilo que eu não sei o que é mas de qualquer forma não sustenta a minha fome de me acorrentar às palavras porque só assim eu existo e no vazio que se encontra dentro da minha carcaça e no bar e na rua e no copo de cerveja e nesta mini prosa que não faz o menor sentido: existir é o meu ato de coragem pra hoje.
o amor hoje é o jeito que eu acordei com o estômago remoendo as borboletas sem conseguir digerir as asas e elas ficam assim meio voando pra lá e pra ca fazendo cócegas na minha barriga ou o jeito que eu acordei naquele no meio do nada e o banho de cachoeira depois do sol invadindo meus cantinhos todos a água é tão gelada quanto o frio que da na espinha da nunca aos pés quando os dedos dela te tocam dos dedos entrelaçados e em cada espaço entre um corpo e outro há de se ver sem falhas um universo e mais outro e mais mil pois cada um tem o seu e cultiva ali, naquele espaço entre um corpo e outro uma fusão de cada um o amor, hoje... é o jeito que os olhos marcam cada detalhe como fossem câmera fotográfica pra mais tarde deitar a cabeça no travesseiro e ver tudinho refletir num sonho bom.
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