Eu bagunço os teus olhos e desejo a tua carne como sacrifício das minhas
entranhas estragadas, eu bagunço os teus olhos porque sei que vermelhos
eles são mais expressivos do que eu quando quero dizer que os amo e que
desejo sim entre as minhas pernas os teus labios, mãos, desejo aplicado
numa equação que resulta sempre em nós. Não tem, não existe erro em
estar louca e você tem o melhor dos dois mundos: o que pertence aos teus
anseios e aos que pertencem aos meus desejos interrompidos pelos
afazeres do meu dia, mas que não minam a vontade de andar dois mil
quilômetros e poucos pra adentrar os cabelos réus num cheiro que capta a
alma do que te apossa e entra em mim como uma faca rasgando do bucho
até lá embaixo e não doi. Não dói porque você me cura até de mim e do
que eu mais tenho medo cá dentro e não é possível colocar pra fora. É
amor. Toda a bagunça. Todo o tumulto. Uma bela bagunça.
o amor hoje é o jeito que eu acordei com o estômago remoendo as borboletas sem conseguir digerir as asas e elas ficam assim meio voando pra lá e pra ca fazendo cócegas na minha barriga ou o jeito que eu acordei naquele no meio do nada e o banho de cachoeira depois do sol invadindo meus cantinhos todos a água é tão gelada quanto o frio que da na espinha da nunca aos pés quando os dedos dela te tocam dos dedos entrelaçados e em cada espaço entre um corpo e outro há de se ver sem falhas um universo e mais outro e mais mil pois cada um tem o seu e cultiva ali, naquele espaço entre um corpo e outro uma fusão de cada um o amor, hoje... é o jeito que os olhos marcam cada detalhe como fossem câmera fotográfica pra mais tarde deitar a cabeça no travesseiro e ver tudinho refletir num sonho bom.
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