Eu bagunço os teus olhos e desejo a tua carne como sacrifício das minhas
entranhas estragadas, eu bagunço os teus olhos porque sei que vermelhos
eles são mais expressivos do que eu quando quero dizer que os amo e que
desejo sim entre as minhas pernas os teus labios, mãos, desejo aplicado
numa equação que resulta sempre em nós. Não tem, não existe erro em
estar louca e você tem o melhor dos dois mundos: o que pertence aos teus
anseios e aos que pertencem aos meus desejos interrompidos pelos
afazeres do meu dia, mas que não minam a vontade de andar dois mil
quilômetros e poucos pra adentrar os cabelos réus num cheiro que capta a
alma do que te apossa e entra em mim como uma faca rasgando do bucho
até lá embaixo e não doi. Não dói porque você me cura até de mim e do
que eu mais tenho medo cá dentro e não é possível colocar pra fora. É
amor. Toda a bagunça. Todo o tumulto. Uma bela bagunça.
é engraçada a espera a gente espera mesmo sabendo que não vem a mente cria mantras sobre nomes alimentando preces sobre aquela chegada e até quem é ateu reza pela hora em que vai ver aquelas pernas passando pela porta a voz no telefone... a mensagem que não chega e vira de novo essa estranha agonia de esperar e vigiar os centésimos dos milésimos dos segundos dos minutos do tempo que nunca passa e aquelas pernas não passam pela porta o telefone não toca a mensagem não chega, e... você não vem.
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