Hoje, sem querer, eu vi alguém escrever no corpo uma homenagem à tua
juba e o cigarro caindo da boca. Eu não sei, deu um nó na garganta. Acho
que eu ainda espero você me ligar pra a gente dar um rolê de bicicleta
pelo Rio, sabe? Pra eu te socorrer caso cê solte as mãos e entre na
frente de um carro ou pra a gente sentar na estátua da praça XV com os
capacetes na mão e esperar anoitecer pra dar uma olhada na juventude pós
moderna curtindo um som ali no Teles. Ou eu espero ainda que a gente
volte lá naquele show da Tulipa que a gente não conseguiu entrar, mas
valeu a noite rodar de bar em bar declamando poesias que cê nunca tinha
me mostrado antes e a manhã seguinte que eu saí corre do da tua casa,
atrasada que eu tava. A gargalhada do Marcus ecoou a sala toda rindo da
minha falta de jeito, cê lembra? Que droga, sabe? Pense aí em alguém
imortal. Pois é. Sabe quando cê vai, fica no seu cantinho, mas sabe que a
pessoa ainda tá lá e tem a vaga impressão de que ela sempre vai estar?
Porra, Fred! E eu não consigo nem sentir saudade, porque eu não consigo
ainda digerir que cê não vai voltar. Seus passeios de bike num vão ter
mais retorno. E a gente não vai mais se esbarrar no rolê, nem
compartilhar o mesmo cigarro e menos ainda catar moedinha pra comprar
cerveja. Ei, se ainda der tempo, fica.
Agora bateu a saudade.
Agora bateu a saudade.
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