em erupção
me derreto em palavras
como aquele vulcão ativo depois de 70 anos
e a minha língua queima tanto
quanto o meu estômago quando
o peso de cada letra precisa ser posto pra fora
escorro em linhas queimando o papel
como se cada ponto fosse
uma faísca que não apaga
e essa rocha que existe fora de mim
se desgasta a cada toque do meu interior
porque não é possível ser inteira
esse escudo de proteção
quando o sangue entra o tempo todo
em ebulição
e também arde a vontade de ser luz
no calcanhar: fogo
pra iluminar o caminho de quem vem atrás
nas mãos: fogo
pra acender o vulcão que existe
também no outro, em você
nos braços: brasa
quente e confortável, pra acalentar
os frios desolados
inteiramente ardendo, queimando
pra ser a luz que eu sempre quis
ter ao meu redor

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