é curioso perceber o fim do amor quando se está de fora. acompanhar o retrocesso de cada passo de dois. o jeito sem jeito, cheio de vontade, mas com pouco entusiasmo. a alegria triste em ter por perto, mas não mais pertencer. a sensação é quase como a de estar indo embora daquele lugar tão aconchegante que chega a dar um nó no coração. aperto na garganta. é mais curioso ainda, porque é tão triste ver o amor ficar ali no meio enquanto duas pessoas viram as costas uma pra outra num movimento tão lento que é quase imperceptível e aí você se dá conta de que já esteve lá, e de que alguém assistiu com o mesmo pesar, você ir embora de alguem.
não é que eu esteja sempre fugindo não é porque eu adio uma resposta adianto o relógio e os passos não é pela assimetria do espaço que não contribui pra que eu esteja perto é pela calmaria que não me abriga não me suporta então eu escorrego entre as pessoas como água corrente entre os dedos mas sempre correndo pra lugar nenhum.
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